sábado, 4 de abril de 2009

Oligarquia sindical

"Antes de iniciar a leitura, deixo aqui um comentário. Encaminhei este artigo ao jornal valeparaibano, com uma pequena observação: será um grande desafio publicar este artigo".
José Alfredo Rodrigues

A vitória da chapa 1 (PSTU /Conlutas) nas eleições do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos traz à reflexão considerações que extrapolam os limites da luta de classes e do conflito de ideologias entre as centrais sindicais Conlutas, CUT e Força Sindical.
O resultado das urnas, no entanto, é irrefutável. O que se propõe aqui é mais que uma discussão virulenta. Mas sim, trazer à tona uma questão conjuntural que, de certa forma, explica a explosão de votos tanto para o PSDB e dos partidos aliados, quanto ao PSTU, partido que domina o Sindicato há quase duas décadas, mas que não tem legitimidade política, uma vez que nunca elegeu representantes ao legislativo municipal, estadual ou federal.
A vitória do PSTU/Conlutas está intimamente associada a uma união espúria das forças conservadoras da classe política dominante da cidade – a oligarquia local - com os “revolucionários” da esquerda festiva, com o fito de barrar um possível crescimento da CUT, do PT e do movimento popular organizado, que, de certa forma, ameaçaria os poderosos de plantão.
A união das forças conservadoras da cidade vai além dos partidos políticos. Invade os interesses do empresariado e da voz dos mandantes: a imprensa, que desempenhou papel fundamental na consolidação da esmagadora vitória do PSTU.
Destarte, o PSTU não representa ameaça ao poder local. Em momento algum na recente história do PSTU/Conlutas em São José, o poder municipal foi ameaçado com manifestações de rua e de protestos. O que já não se pode dizer o mesmo com a vizinha cidade de Jacareí, governada pelo PT.
A opção da classe empresarial pelo PSTU torna-se evidente. Pois, durante quase duas décadas em que o partido está aquartelado no sindicato, os trabalhadores metalúrgicos de São José sofrem com o isolamento dos demais metalúrgicos, principalmente das montadoras.
A prática da política sindical do PSTU/Conlutas é do lado de fora da fábrica e nos escritórios. A representação sindical é pífia e ausente e só ressurge quando eclode demissões e fechamentos de empresas. Assim mesmo com objetivo de atacar o Governo Lula, do qual o PSTU e o PSDB são inimigos viscerais.

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