segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Sindicatos na pinguela

Publicado originalmente no blog dois:pontos (http://www.blogdoispontos.com/2017/11/sindicatos-na-pinguela.html) A partir desse 11 de novembro, entra em vigor a lei 13.467/2017, que trata da reforma trabalhista. Os sindicatos já cambaleantes pela queda de arrecadação dos últimos anos causada pela recessão e pelo desemprego, verão suas receitas minguarem com o fim do imposto sindical e com a consequente queda no número de associados. Até mesmo aqueles sindicatos considerados de luta, que se vangloriam por devolver o imposto sindical a seus associados, já estão sentindo os reveses com a queda de arrecadação. O objetivo dessa reforma é desarticular o movimento sindical como instrumento de organização e de mobilização. Os efeitos do declínio da receita dos sindicatos também serão sentidos na política partidária, em âmbito, local, regional e nacional, com vistas às eleições gerais de 2018. A máquina sindical, tanto patronal quanto a de trabalhadores, estará manietada, dificilmente vai avançar a zona de conforto que se encontra e andar com as próprias pernas. O maior sindicato da RMVale, em número de trabalhadores e trabalhadoras na base, é o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, filiado ao CSP/Conlutas, com 35 mil trabalhadores na base e menos que 10 mil associados. Tem uma baixa taxa de sindicalização se comparado ao Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté de Região, filiado à CUT. São mais de 12 mil trabalhadores e com uma taxa de 90% de sindicalização. Com o fim do imposto, os sindicatos terão que adequar suas despesas a essa nova realidade e nesse contexto, o enxugamento da máquina sindical é inevitável. É até parodoxal, o sindicato defender os trabalhadores contra a terceirização ilimitada prevista na reforma trabalhista e terceirizar os seus próprios funcionários. Dificilmente um sindicato se estabelecerá como correia de transmissão para financiar candidaturas tresloucadas a presidente da República, senador, governador etc.; como já presenciamos na região. Os dois sindicatos citados são referências na organização sindical. Mas os efeitos da reforma sindical serão estendidos para as demais categorias. Os dois sindicatos têm modelos de organização distintos. Não cabe aqui uma análise comparativa, mas apenas uma reflexão. O modelo de organização do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos ainda prevalece o que preconiza a CLT. Já o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté adotou um modelo de organização a partir do local de trabalho, apliando o número de representantes de base, com os Comitês Sindicais de Empresa (CSE). O que está em jogo é a capacidade dos dirigentes sindicais encontrar mecanismos para continuar a representar os trabalhadores. Uma vez que a reforma também retira a exclusividade de os sindicatos para representar os trabalhadores. Embora no campo jurídico, a reforma trabalhista é considerada inconstitucional. O que de fato nesse momento é incontestável é que a partir de segunda-feira, 13, os contratos entre trabalhadores e empresas, e a relação entre empresa/sindicato/trabalhador será um ponto de interrogação. As mudanças são tão profundas e surpreendentes que nem as mentes mais iluminadas que atuam no campo das relações trabalhistas se arriscaria a um palpite sobre esse momento. José Alfredo Rodrigues é jornalista

terça-feira, 26 de março de 2013

Matando a saudade

Saudade, dizem ser uma palavra da língua portuguesa de pouca tradução, mas de muito significado. Esta ferramenta criada ainda na era net 1.0, a mensagem caminha por uma via mão única. O feefback instantâneo das redes sociais é mais empolgante, talvez por isso não tenha mais utilizado o blog do Zeco. Ou mesmo por ignorar procedimentos que possam criar um link para o facebook....

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Trabalho escravo, escamoteado, em Ubatuba

Outro dia conheci uma moça e depois de algumas horas de conversa, ela disse-me que estava trabalhando no ramo de hotelaria. Não vou detalhar para não prejudicá-la ainda mais, uma vez que já é explorada o suficiente por seu patrão.
Ela me relatou que veio morar na cidade há pouco mais de alguns meses e conseguiu um emprego no mesmo estabelecimento em que ficou hospedada quando veio a passeio na cidade. Disse que recebia o seu salário em forma de vales, com retiradas frequentes. Ao final do mês, havia um acerto e tinha que pagar pela moradia e pela alimentação, que fazia no próprio local de trabalho. As folgas eram semanais, sempre as segundas-feiras, mas como não tinha amigos, nem saia direito. E que também consumia alguns víveres extras e material de higiene pessoal, devidamente descontados de seu pro-labore, ao preço que o próprio patrão estabelece.
Ela me disse ainda que há outras pessoas que trabalham neste mesmo regime e também em outros estabelecimentos da cidade.
Não quero me aprofundar muito mais nesta personagem porque a tornaria uma presa frágil. Mas há outros relatos que me convencem, sim, de que há muito mais que isso por aí. Essa é uma prática que configura a exploração do trabalho em favor do empregador. Também não quero descer a uma análise jurídica, mas meu objetivo é apenas o de denunciar este tipo de abuso, da exploração capitalista sem lei, onde o trabalhador é subjugado e exposto aos interesses patronais.
O que me moveu a relatar estes fatos foi uma reportagem que acabei de ler no site da Rede Brasil Atual (http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidadania/2011/10/apesar-de-avanco-na-legislacao-e-na-fiscalizacao-brasil-ainda-sofre-com-trabalhadores-em-condicoes-de-escravidao) de autoria da jornalista Virginia Toledo (como se fosse uma pessoa muito estranha a mim), a Vi, filha do Beque e da Rivanda, casal de amigos-irmãos de São Luís do Paraitinga.
Vale a pena ler o que ela descreve sobre o trabalho escravo no Brasil. Parabéns pela reportagem.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

No inferno, só a turismo...

Reza a lenda que um sujeito morreu e foi-lhe dada a oportunidade de optar entre o céu e o inferno, antes da escolha de sua morada eterna.
Foi primeiro conhecer o céu. Um lugar lindo, uma praia paradisíaca. Dessas que conhecemos na região Norte de Ubatuba, talvez a praia da Justa, ou a Brava da Almada...enfim. Ele caminhou, sentou-se à beira do mar, banhou-se nas águas serenas...refestelou-se até bater a monotonia. Olhou para um dos cantos da praia e nada, nem uma vivalma. Bateu-lhe o desespero e viu-se realmente morto, ali no paraíso.
Não contente, dirigiu-se ao gerente de plantão e o questionou: "será que posso então conhecer o outro lado", referindo-se ao inferno. Tudo bem, foi-lhe dado o salvo conduto.
Chegando ao inferno, num dia desses como se fosse um domingão na praia Grande, também em Ubatuba. Quiosques lotados, som alto das camionetes. Gente de todo lado, mulheres seminuas dançando sobre as mesas, muitas cervejas e caipirinhas a rodo.
O sujeito encantou-se com o que vira. Rapidamente tratou de anunciar que encontrara o paraíso. Retornou no dia seguinte e qual não foi sua surpresa que o ambiente animado e festivo fora trocado por um outro sombrio, quente, silencioso e vazio. Olhou para um lado e nada, para outro também, nada. Indignado, caminhou adentrando nas profundezas do inferno cada vez mais quente até que finalmente encontrou uma criatura.
"O que houve, ainda ontem estive aqui, me esbaldei de tanta curtição e agora chego aqui e deparo com este marasmo?".
A criatura respondeu: "Ah! Ontem o senhor era um turista. Hoje é morador."
E é assim que somos diferenciados nesta terra, onde impera a maldição de Cunhambebe.

domingo, 28 de agosto de 2011

Cenário Político: sucessão em 2012 em Taubaté

O jogo político para as eleições municipais de 2012 está se aquecendo. As peças estão sendo colocadas, uma a uma, no tabuleiro partidário. Na microrregão do Vale do Paraíba, mais precisamente em Taubaté já se vislumbram algumas candidaturas, dadas como favas contadas.
O cenário deve-se repetir a mesma configuração de 2008. Padre Afonso (PV), segundo mais votado e reeleito deputado estadual, está com tudo e não está prosa. O problema dele é com o ninho tucano, de preferência pró Ortiz velho, que deve indicar novamente o filho Ortiz Júnior - fracassado em todas as eleições que disputou, agora está alojado em alguma boquinha do governo e pronto para tentar o bote decisivo e recuperar o Palácio do Bom Conselho para o clã dos Ortiz.
Mesmo na base aliada do governo tucano, Padre Afonso não consegue demover a intenção do governador Alckmin em apoiar um dos Ortiz. Ainda assim o Padre segue firme em sua empreitada.
O PMDB, partido do atual prefeito Peixoto, está no inferno astral, embora tenha bons quadros e ainda com a opção de renovar o discurso dando a volta por cima e apresentando o nome do vereador Alexandre Vilela. O partido conta com as bençãos do ex-deputado Ary Kara, que conhece muito dos meandros da política. Não conta hoje com o prestígio do eleitorado mas pode fazer a diferença no frigir dos ovos.
No campo do PT, a disputa está acirrada. A atual vice-prefeita, a sindicalista Vera Saba, presidente do Sindicato dos Bancários, está empolgada com a possibilidade de ser indicada para a sucessão de Peixoto. Ela deixou claro desde o primeiro momento não compor com a atual administração. Não porque tivesse tomado esta atitude por deliberação dela ou do próprio partido, mas porque o PT foi defenestrado pelo grupo do prefeito. Aqueles acordos em que um entra o pé e o outro com a bunda. Assim foi a aliança vitoriosa do PT com o PMDB em 2008.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Isaac do Carmo, também postula o cargo de candidato a prefeito, disputando a vaga com outros interessados pela mesma indicação. O PT em Taubaté precisa dar um passo certeiro para encarar esta disputa. Primeiro porque esta eleição será disputada em dois turnos e portanto, duas eleições distintas. Segundo porque o partido precisa responder à altura ao seu eleitorado.
O partido sem credibilidade, não conseguiu sequer um acento junto à Câmara de Vereadores. Já é hora de pensar num projeto sólido para construir a imagem do partido junto à população.
A cidade hoje é um campo propicio para o crescimento da legenda. Com a economia punjante e nitidamente industrial, a classe operária está acéfala e à mercê dos oportunistas de plantão que querem se apropriar deste patrimônio eleitoral capetaneado pelo PT.
Assim o PT deve vir com tudo para as eleições de 2012 e quebrar a hegemonia tucano-conservadora- direitista na região e no Estado. É pagar pra ver.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Adoradores do demônio, por Dalton Moreira

Li o texto do Dalton no blog do jornalista Irani Lima e tentei postar o seguinte comentário: que embloglio o companheiro Dalton te meteu, hein? Podia dizer até que o texto postado por ele seria de autoria do seu xará Dalton Trevisan, d´o vampiro de curitiba. Chega a ser escatológico e sem contar quantas vezes ele mesmo envoca o demo. Concluiria que ele mesmo é a própria encarnação. Coincidências a parte (se não for ele deve ser o Zé Ramalho). Tenho que rir de uma situação tão inusitada. Peço perdão a você em nome de nossa profissão...
Este foi o texto que encaminhei ao Irani com algumas mudanças. Não sei por que razão o post não foi publicado. Tudo bem, valeu meu desabafo por tanto desatino do Dalton. Ele não é má pessoa, mas escorrega na rapadura e com essa possibilidade livre e democrática de se fazer jornalismo na blogsfera tudo fica publicamente escancarado. Mas cabe a nós formadores de opinião, comprometidos com a nossa árdua profissão,zelar pela informação. Este vale tudo dá nisso!
Não quero me estender em tantos devaneios, mas era necessário este puxão de orelhas. Como diria: um passa moleque, para que estas aberrações não desvirtuem o processo de democratização da informação não caia na vala comum daqueles que querem nivelar por baixo. Vamos seguindo nossa caminhada. Acima e avante...já ouvi isso d´algum super herói americano, que por acaso professa a nossa mesma profissão.

domingo, 21 de agosto de 2011

A rés pública de taba até...

Pela segunda vez estou tentando este post. Por meu descuido apaguei da tela sem salvar. Estou tentando recuperar o texto original. Mais ou menos assim:
Indignação foi este o sentimento que tomou conta do plenário da Câmara na sessão de "caçassão" do prefeito XO, peiXOto e sua trupe.
Comigo não foi diferente. Senti-me vilipendiado por não ser respeitado em meus direitos constituicionais, garantidos pela Constituição-Cidadã de 1988. Fui invadido no direito de ir, vir, ficar e permanecer e, principalmente, na liberdade de imprensa.
Primeiro fui impedido de conversar no hall de entrada da casa do povo. Isso mesmo. Pasmem. O policial me advertiu que não podia permanecer parado, ou entrasse ou saisse, mas parado não. Não entendi. Questionei e fui barrado no baile, literalmente, porque dançamos mesmo. Depois fui impedido pela mesma força policial de fotografar em pé no plenário. É isso mesmo. Fui convidado a tomar café na assessoria de imprensa, com o gentil e competente jornalista, amigo e irmão Luis Carlos Baptista...
Ao episódio o chamo de circense e pirandelesco. Mas a vida segue. Esperamos agora da justiça divina, pois a dos homens está eifada de vícios.
Ao longo de minha jornada como profissional, vi muitos corruptos serem punidos pela justiça do céu. Que este corrupto em tela desfrute muito bem que amealhou às custas do sofrimento da população carente preterida de medicamentos e das crianças famintas por terem a merenda superfaturada. Enquanto isso, quero que ele sua trupe se regozijem em "nossos" sítios e mansões à beira mar.
Passe bem... Parabéns ao povo de Campinas que teve o sortilégio de defenestar os corruptos de plantão naquela cidade fundada por taubateanos idôneos.