segunda-feira, 13 de julho de 2009

Crivo ou autocensura

As novas plataformas de comunicação (sites, blogs, twitters etc) têm se demonstrado importantes ferramentas para a quebra do monopólio da informação exercido ao longo dos tempos pelas empresas tradicionais de comunicação. Esses novos canais de comunicação estabelecem ainda novos paradigmas para a profissão de jornalista, tão vilipendiada e desrespeitada pela falta de consciência por parte dos próprios profissionais.
A demonstração inequívoca desta afirmação quase aristotélica ficou evidenciada no episódio da votação do STF que desobrigou o diploma de jornalista para exercício da profissão. Ficamos atrás dos guardadores de carros, dos motoboys e mototaxistas que tiveram recentemente reconhecidas as suas atividades como profissionais. Não que não devessem “lutar” pela suas conquistas, nem muito menos defendo a obrigatoriedade do diploma para jornalista. O que deve ser encarado com muito responsabilidade, pois, como já escreveu Alberto Dines, no Observatório da Imprensa, depois que os jornalistas aceitaram a condição de trabalhar como PJ (pessoa Jurídica) a categoria profissional deixou de existir enquanto classe, portanto descabida do direito de se organizar em sindicatos, associações profissionais que defendam seus interesses e passamos para o lado dos patrões, empresários etc.
Mas o pior de tudo e o que me move acertar o ponto nevrálgico desta questão é a censura não governamental, mas orgânica, em nome do crivo....aqui este espaço é meu....só posto mensagem que atendem meus interesses, como vemos em muitos dos espaços ditos democráticos nas rede sociais da Internet.
Neste sentido, tenho enviado insistentes apelos para os blogueiros e twitteiros de plantão, principalmente sobre a nova face de nossa ofício (leia o post abaixo). Mas ao acompanhar a leitura que faço quase religiosamente, observo que a minha opinião não desperta grande interesse, uma vez que não vejo meus comentários sendo publicados.
Mas, é por isso que mantenho este meu diário eletrônico, pelo menos neste espaço eu, você e qualquer opinião será sempre bem-vinda mesmo que as vezes eu discorde...c´est la vie!
O que não dá para aguentar são os democratas de plantão....

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Zé Alfredo

Nessa discussão da desobrigação do diploma de jornalista parece que estão confundindo o que é liberdade de expressão, a possibilidade de qualquer pessoa, devidamente identificada, emitir sua opinião por qualquer meio lícito jornalístico ou não, com a função técnica de produzir coisas para os meios de informação.
Poderia até mesmo radicalizar o entendimento: jornalista é aquele que NÃO emite sua opinião ao fazer jornalismo. Ele organiza as informações, no pedaço do veículo de comunicação que lhe cabe, de acordo com a linha editorial pré-definida por algo que hierarquicamente lhe é superior (donos, conselho editorial, diretoria da entidade, bispo, pastor, Presidente, candidato etc etc etc). Se eventulmete emitir opinião seria na condição de articulista, colunista, especialista ou, se desconhecer sua função profissional, de futuro demitido.

Na verdade o texto acima, embora pretencioso, é mais um motivo para comprimentá-lo e perguntar o que anda fazendo e onde está?

Um abrço fraterno do

Patto
urbanopatto@uol.com.br