terça-feira, 30 de junho de 2009

Surfe ainda se afoga na onda da discriminação e do abandono

"Nem todo maconheiro é surfista, mas todo surfista é maconheiro". Essa máxima utilizada por um dos mais capacitados treinadores de surfe, meu amigo Jacob, explica muito bem a carga negativa e discriminatória que ainda tem o surfe diante da opinião pública.
Ubatuba tem o título de Capital do Surfe, nomeado pela Câmara e ratificado pela Assembléia legislativa, rumo à Câmara dos Deputados. A cidade possui a maior competição, em número de categorias e de atletas, em nível municipal, mesmo assim, como vimos neste final de semana, de 26 a 28 de junho, a primeira etapa do Circuito Ubatuba de Surfe o evento não contou com a mínima cobertura da mídia e, nem muito menos, foi prestigiada pelos moradores, exceto pelas famílias dos atletas e alguns poucos aficcionados pelo esporte.

O evento foi primoroso em alguns aspectos de sua organização. Contou até com transmissão de TV ao vivo pela Internet. Bom nível de competição, reunindo atletas de 8 a 58 anos de idade em clima de amizade e harmonia.

O abandono do surfe enquanto esporte não é localizado. Estamos recebendo no Brasil o maior mito do surfe de todos os tempos. Kelly Slater está em Imbituba (SC) disputando uma etapa do WCT, a maior competição mundial do esporte e nem por isso a mídia deu uma linha a respeito.

Assisti toda a programação de esporte nesta segunda-feira e só vi mesmo falar do surfe em sites especializados. A TV aberta nem comentou o assunto, nem a mídia impressa. Caberia até mesmo uma "corneta" para o apresentador do Globo Esporte. Em nível regional e local, nem se fale, o descaso com o esporte é total.

Mas um dia o surfe vai superar isso. O mundo vai se render aos tão abnegados atletas que deixarão de ser tratados como vagabundos e maconheiros.

A propósito, o atleta da foto que ilustra este texto é o meu filho Tales, vice-campeão da categoria Iniciantes, nesta primeira etapa. Parabéns. Foto: Renato Boulos

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